quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Relatório da Intervenção Artístico Pedagógica


UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
Faculdade de Artes Visuais
Licenciatura em Artes Visuais
Disciplina: Estágio Supervisionado III
Profª Orientadora: Flávia Cirqueira.
                                               Acadêmica: Tabita Ganda                                   
Pólo: Catalão Goiás
                Data: 02 /12/2010
                                     
Relatório da Intervenção Artístico Pedagógica
       

              A experiência vivida nos estágio anteriores de nossa prática docente,  tive oportunidade em um espaço de educação formal, planejar e replanejar a ação pedagógica, para depois desenvolvê-la.
              Para o estágio Supervisionado III a proposta é a de transpormos os muros da escola. Tomar a cidade como referência para a elaboração de projeto de ação educativa, passa a ser nosso grande desafio.                                                                                                                                                                De acordo com as orientações repassadas  pelos professores da FAV, devemos pensar a cidade de modo diferente, levando em consideração sua história construída ao longo dos anos pelos seus habitantes, levando em conta sua particularidade, sua profissão, sua cultura. Enfim uma cidade formada por seus lugares físicos, afetivos e simbólicos, discutir a cidade como produção de espaço urbano, levando em conta suas contradições na produção do espaço urbano e da cidade, desenvolver ações não para atender o individual, mas sim ter uma visão de prática solidária e cidadania coletiva.
                  No percurso  para o meu trabalho, encontro adultos  levando crianças para a escola, outras em sentido contrário vão em direção a rodoviária pegar o coletivo, umas para o trabalho, outras para afazeres diversos, enfim cada qual com uma finalidade. Continuando meu percurso continuo deparando com pessoas entrando em um supermercado, logo à frente outros adentrando em uma panificadora, do outro lado da rua lá está a Casa da Criança, cujo local é destinado ao desenvolvimento de Projetos Sociais. Defronte está a praça da Estação(antiga estação ferroviária), cujo local é destinado ao PSF (Programa Saúde da Família). Nesta praça sob um novo e instigante olhar sobre a feira que vejo todas as sextas feiras,fotografando fiquei a contemplar a multiplicidade de culturas ali existentes, mas  a minha porta de entrada para o estágio estava logo mais a frente. O prédio em condições não muito conservadas sustenta a SME e o Telecentro comunitário. A vantagem de morar numa cidade de interior é que a gente conhece muita gente , Marly é a monitora do local e enquanto  me dirigia para lá fui imaginando como seria o seu trabalho atualmente.
          Minha entrevista foi bastante informal e produtiva. Imediatamente fui aceita e começamos a conversa, a monitora me informou que havia um grupo de senhoras que estavam frequentando o local em busca de conhecimentos para a verdadeira inclusão digital e até social, pois chegavam dizendo que se sentiam excluídas por não saber lidar com um computador. Disse que em duas turmas 18 mulheres faziam o curso básico do Linux. 
         As escolas também buscam parcerias com o local e usam a sala para pesquisas e desenvolvimento de pequenos projetos pela possibilidade deste apoio de recurso midiático popular. Imediatamente conclui que ali estava uma ação simples de "Cidade Educadora", e que a chance real do acesso ao computador era realidade em minha cidade.
        Minha experiência ao trilhar pelas possibilidades de uma cidade educadora fora gratificante e abria em mim novo desejo de fazer parte de uma possível transformação nas questões propostas por meu curso e por aquela porta de entrada que sorria e se abria para mim. Conversando com minha amiga Reni sobre o projeto  que pretendia desenvolver no Telecentro, ela me convidou, se  os professores consentissem em estarmos atuando juntas para desenvolvermos o estágio.
   A partir daí começamos a contatar com os locais de estágio, e a seguir, começamos a delinear o planejamento pedagógico que foi favorável com a união. Pois, pretendíamos usar as mídias do telecentro e os recursos humanos da casa da criança.  A discussão ganhou novos parâmetros e ao visitarmos juntas as coordenações dos dois locais o processo foi acontecendo com bastante entusiasmo diante desta parceria.              A princípio nos foi recomendado pela coordenação da casa da criança trabalhar com a cultura brasileira, tema atual do projeto. Assim o primeiro pré projeto tinha a intenção de focar nos costumes folclóricos, alimentares,  Mas, ao discutirmos nos fóruns das disciplinas fomos orientadas a focar nossa imersão na cidade. Iniciamos a renegociação e definimos dois aspectos: vaidade e religião. O assunto foi abordado nas entrevistas de etnografia quando falamos com a cabeleireira, na feira e outros quando investigávamos a cidade. Discutimos estas lembranças, assistimos as filmagens e assim surgiu a inspiração para pesquisar estes dois temas. Quanto ao embasamento teórico, a admiração e o respeito pela teoria de Ana Mae Barbosa, tornou-se fator unânime desde que Reni e eu tivemos o prazer de conhecê-la e estudar as teorias do seu método na Proposta Triangular. Desta forma, o ver, o fazer e o contextualizar, já eram parte integrante de qualquer planejamento.
Organizamos um Power Point e didaticamente descrevemos e explicamos quem éramos, o que estávamos fazendo ali, e o porquê. Apresentamos nossos orientadores professora de estágio Flávia Cirqueira e Flávio, o professor orientados de Ateliês Integrados. Diante do exposto das propostas todos os presentes tomaram conhecimento da missão que nos aguardava. Terminada exposição sugerimos que os alunos fossem enumerando os nomes dos salões de beleza e das instituições religiosas existentes em Ouvidor.Para nossa surpresa os alunos maiores (adolescentes) não demonstraram interesse,  felizmente os menores demonstraram interesse em descobrir o que havia de interessante naqueles locais. Para completar marcamos e combinamos como seria nosso próximo encontro. Combinamos o seria perguntado em cada visita para abordarmos as respostas pretendidas para a compreensão da cultura da cidade no aspecto religioso e o que as pessoas pensavam sobre a vaidade.  Discutimos como deveria ser o traje e o comportamento de todos nesta pesquisa. Neste primeiro contato, todas as crianças e adultos da casa da criança participaram para depois optarem espontaneamente em fazer ou não, parte da equipe que iria a campo.
             Foi possível  constatar que a vaidade impera no cotidiano da maioria das pessoas de Ouvidor e que às vezes é posta em um nível perigoso, já que custa caro freqüentar salões e as pessoas podem ter outras opções de cuidados alternativos. Segundo o depoimento das profissionais da cidade, muitos se sacrificam financeiramente para o cultivo cultural da beleza física.                           Na esfera religiosa 13 instituições com denominações diferentes professam   sua fé, onde    cada uma a seu modo para a busca da paz e da boa conduta da população da cidade e do município de Ouvidor.                                                                                                                                                                                                                                                             
A arte infográfica teve como palco o Tele centro Comunitário com a participação de dez crianças, Lilian, Valéria (SME), Reni e eu. Levamos o mapa geográfico de Ouvidor impresso e as crianças selecionaram através de consulta aos folhetos de anotação os dados e endereços  que iriam compor nossa arte final. As imagens foram trabalhadas em desenhos manuais no computador todos quiseram ter a experiência e momentos de descontração e trabalho preencheu uma tarde inteira de dedicação.  Visualizadas as imagens e filmes feitos ao longo de nossa pesquisa decidimos que usaríamos as fotos e não os desenhos das crianças para ilustrar a infográfica, pois elas retratariam com mais fidelidade a representação desejada.
          A avaliação também foi conjunta e todos puderam a dar seu parecer.
          Poder rever a rotina de nossa cidade por intermédio de outras pessoas é educativo e nos condiciona a respeitar a diversidade, possibilitando o enfrentamento do conhecido sob uma nova visão e descobertas  relevantes diante da mesmice  do dia a dia. Aprendemos que o estranhamento do familiar é o ponto de partida para novas descobertas, foi enriquecedor conhecer um pouco mais  o modo de vida do povo ouvidorense.

Projeto de Intervenção Pedagógica _ Artes Visuais


                                           Este védeo contém cenas e fotos do percurso de pesquisa de campo durante o desenvolvimento do projeto de intervenção artístico pedagógica do estágio III de artes visuais.
Tema: Cultura da Cidade de Ouvidor "Religião e Vaidade".

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Trailer_ Resumo do Caminho em busca da Educação Não Formal




Caminhada para a busca da educação não formal
No principio das atividades de estágio III o percurso escolhido por mim foi visto de modo especial na paisagem com a qual convivo todos os dias. Após a leitura da Carta das cidades educadoras, fiz um processo inverso, solicitado pelos professores orientadores, só aí percebi as inúmeras portas de entradas que era oferecidas na educação não formal bem ao meu alcance.
Nesta investigação senti prazer e pude imaginar a importância desta educação aos jovens e outros cidadãos...
As imagens postadas no trailer não estão de boas qualidade devido o horário de minha caminhada. Momento em que vou para o trabalho, o sol nascente provoca muitas sombras. Algumas fotos do trailer são da internet, as outras, inclusive o audio visual(não consegui um bom som) foram da minha câmera digital sony brasil DSC -W180- 10.1 mega pixels-3x1 optiun, estabilizador de imagens tela LCD 2.7.
O fundo musical foi cuidadosamente escolhido por mim por ser uma identificação pessoal da caminhada que fiz e além do mais ela se encaixa no tema Cidade, pois o grupo musical Cidade Negra tem um repertório inteligente e reflexivo. "A Estrada" foi baixada da internet.


terça-feira, 14 de setembro de 2010

Meu Processo Criativo em relação a Arte Povera

                                 Propondo a utilização de materiais simples como a sucata, alimentos, tnt, e a
representação de uma cidade educadora para o reaproveitamento da matéria prima, meu processo criativo fazalusão a Arte Povera que se mostra ausente das relações convencionais da arte e fazendo crítica ao consumismo provocou reflexões e uma inovação até então desconhecida pela maioria dos artistas.

A Arte Povera (arte pobre) / Ciovane Anselmo/ reciclar para preservar

Arte Povera
              Surgiu na Itália na década de 60, um movimento subversivo, que tem sua origem no clima político desta época e a oposição mundial à guerra do Vietnã. A palavra povera de origem italiana significa “pobre”. Pobre porque propunha a utilização de materiais simples, o que hoje chamamos de sucata: metal, pedra, areia, madeira, trapos, substâncias orgânicas, etc.


             Arte Povera, atuou como uma crítica à economia capitalista e a sociedade de consumo, de, maneira a provocar reflexões sobre o valor de uso das coisas. A obra de Giovanni Anselmo, o artista colocou vegetal entre duas pedras; com o apodrecimento dos vegetais, a estrutura deixava de existir como havia sido pensada inicialmente,diante desta realidade seria viável discutir as idéias de efêmero e eterno na arte. Os artistas desta arte tiveram o mérito de desafiar os padrões da arte vigente, ocupando o espaço com seu transcendental e intemporal nível de realidade. Havia uma preocupação dos artistas o qual era o de criar uma forma de interação entre o trabalho e o espectador,criavam imagens coerentes fora da relação convencional de objetos e substâncias.


              Giovanni Anselmo surgiu do movimento Arte Povera no final dos 60 e 70, cria obra escultórica utilizando uma variedade de materiais: pedra, madeira, terra, algodão, vegetais, e instalações com projeção de slides. Seu trabalho trata de resolver as tensões entre os conceitos, como o particular e o in finito, ou a natureza e a arte, e faz isso com uma notável combina ao de força e delicadeza.


                Vejo em minha criação no que diz respeito a arte Povera é esta junção de materiais de origem diferentes , o orgânico, madeira, plástico e tecido, retratando uma arte usando materiais danificados e os utilizáveis, dando uma harmonia visual nesta obra. A relação com a Cidade Educadora está na educação ambiental, tendo organização é possível trabalhar com a reciclagem, onde a arte pode ser manifestada e o meio ambiente preservado. Mostra também que o material deve ser separado adequadamente. Isso dá um ar de limpeza.



segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Resumo da Unidade I - Estágio supervisionado III

      A experiência vivida nos Estágio 1 e 2, de nossa prática docente, tivemos oportunidade em um espaço de educação formal, planejar e replanejar nossa ação pedagógica, para depois desenvolvê-la e avaliarmos. Os relatórios finais mostram as efetivas construções de conhecimentos e percepções.

     A proposta para o estágio Supervisionado 3 é a de transpormos os muros da escola. Tomar a cidade como referência para a elaboração de projeto de ação educativa, passa a ser nosso grande desafio. Devemos pensar a cidade de modo diferente, levando em consideração sua história construída ao longo dos anos pelos seus habitantes, levando em conta sua particularidade, sua profissão, sua cultura. Enfim uma cidade formada por seus lugares físicos, afetivos e simbólicos, discutir a cidade como produção de espaço urbano, levando em conta suas contradições na produção do espaço urbano e da cidade, desenvolver ações não para atender o individual, mas sim ter uma visão de prática solidária e cidadania coletiva.

     O conceito de cultura o qual estamos trabalhando, diz respeito a todos os afazeres, saberes e viveres pelos quais as pessoas se constituem em seus lugares. Entender a cidade como produção, embasada em racionalidade e contra racionalidade, encaminha à uma melhor perspectiva de educação para a vida.

      Lembrando que toda cidade forma, educa, pois são resultados de um processo cultural, histórico e social, neste sentido toda cidade pode ser educadora, porque ela de cada um de nós e do outro o qual ajudamos a formar.

      A proposta é que este olhar sobre a cidade possa representar a possibilidade de ir consolidando um olhar mais aguçado- olhar crítico- e mais sensível para o contexto e o meio ambiente.